1.07.2011

Need You Now


Sentei-me, a contemplar o mar ainda calmo do rio, com a tempestade de chuva e vento que estava cada vez mais eminente . Fui ali ter porque considerava aquilo o meu espaço, ninguém sabia dele, e acalmava-me, ver as curvas sinuosas que a ondulação fraca e calma fazia . A altura foi aumentado, e a intensidade da chuva era já enorme, estava encharcada, e contemplava aquela imensidão de água no estado líquido que reflectia, agora, a grande e ilustre Lisboa à noite, com todas aquelas luzes esbatidas no grande espelho Tejo que aumentava o caudal com a tempestade .
Já se viam os relâmpagos, descargas eléctricas brilhantes e fantásticas, onde se via o poder da natureza a manifestar-se de uma maneira fascinante .
E tudo perdia a beleza . Simplesmente porque eu não via a definição dos relâmpagos, nem as ondulações do rio, nem as folhas a abanarem na direcção do vento, uma por uma, porque tinha os olhos turvados de lágrimas, que me escorria pelo rosto abaixo, como que se já tivessem traçado uma rota a percorrer, já tinham feito a erosão suficiente, da regularidade do acontecimento, para escorrerem como que dentro de uma vala que se situava entre os meus olhos e o pescoço . E elas vinham, e não cessavam . Cada vez que um par de lágrimas chegava ao meu pescoço desnudado e perfumado já vinha outro par a meio das maçãs do rosto, a toda a velocidade .
Era como se os meus olhos estivessem a fazer uma competição com o céu, qual deles consegue jorrar mais água para onde quer que seja .
Sabia que era perigoso, tinha um simples casaco a proteger-me o corpo, que já estava ensopado, e já deixara de reter a água havia algum tempo, agora o resto da água que já não conseguia absorver ia para dentro da camisola que tinha, que estava na mesma situação da casaco, ou então escorria e caía em pingos até embater no chão e formar, com o tempo, uma poça, consideravelmente grande .
Por entre as lágrimas, imaginava um rapaz alto, simpático, que me via, a tremer de frio, a entrar em hipotremia, e me pegava ao colo, despia o seu casaco e tapava-me . Era o meu príncipe, o meu salvador, dos contos de fadas, para adormecer as crianças, onde tudo acaba com um sorriso . Mas não, esperava lá sentada, á beirinha do rio, e ninguém vinha, e mergulhava a minha mente e deixava imersa nos pensamentos que continuavam a enviar água salgada para fora dos meus olhos, que brotavam bruscamente e agora mais violentamente .
Eu precisava de ti . Estava com frio . Estava sozinha . Precisava do meu príncipe . Do meu salvador . Precisava de me aconchegar nos teus braços e dizer que te amava .
Mas precisar, não é sinónimo de ter . E eu preciso de tudo o que nós podemos, e devemos ser, mas, simplesmente, não o tenho .
D.S.
Need you now - Lady Antebellum

2 comments:

Cats said...

Está lindo, Matilde. Adoro mesmo! Beijinhos, gosto muito de ti *-*

Unknown said...

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