6.27.2010

Perdida


Estava a passear á beira da água onde apenas uns pequenos milímetros de água me chegavam aos pés e os molhavam delicadamente; encontrei-a perdida na praia. Estava assustada e tinha o rosto molhado e salgado. Apresentava sinais de um mal que doía muito: o coração partido em mil pedacinhos.


Estava sentada na areia agarrada às pernas com o olhar fixo nas ondas que iam e voltavam de água límpida e cristalina. estava tão concentrada no vazio do seu coração que nem reparou que eu tinha chegado e me sentado ao lado dela.

- Sabes, eu sei perfeitamente o que estás a sentir agora. é algo terrível e parece que essa dor nunca mais irá sair desse albergue que ela arranjou para se abrigar, no teu coração.

- Como é que sabes aquilo que sinto, se nunca falámos e és uma simples estranha para mim.

- Porque passei pelo mesmo que tu. Sei o que estás a passar porque quando me fizeram o mesmo eu vim para aqui tentar encontrar na água algumas respostas para as mil e umas perguntas que invadiram o pensamento, e tentar arranjar forças para perdoar o imperdoável.

Conversámos sobre aquilo que lhe tinha acontecido, como lhe tinha um menino parvo que só se importava com os seus sentimentos partido o coração fazendo-a ficar em tal estado, ficámos até a lua se apresentar na sua fase mais bonita e brilhante.
Eu não sabia o nome dela e ela também não sabia o meu, mas aquilo que falámos ficou-nos no coração para sempre.

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